Saiba sobre Pandemia inflaciona custo da construção civil em todo o país
De março a julho, em meio à pandemia do novo coronavírus, construtoras de todo o país tiveram aumento no preço de materiais de construção. Dos itens consultados, o cimento foi o que teve mais aumento: 95% das empresas identificaram alteração nos valores cobrados. Os números foram revelados por um levantamento que ouviu 462 empresas em 25 estados das cinco regiões do país entre os dias 16 e 21 de julho feito pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). “É uma miopia por parte da cadeia produtiva. Em um momento no qual indicadores têm mostrado sinais de recuperação no setor, quando existe a expectativa de que a construção civil possa puxar a retomada do crescimento, alguém decide levar vantagem”, disse em matéria institucional.
No caso do concreto, 81% das empresas responderam que houve aumento de preço durante o período da pandemia. Para 59% delas, o aumento foi de até 10%. Para 22%, o aumento foi acima de 10%. Quando o item consultado foi bloco cerâmico, 75% das empresas responderam que houve aumento durante o período da pandemia. Para 32% delas, o aumento foi de até 10%. Para 43%, o aumento foi acima de 10%.
Quando a pergunta foi sobre preço de bloco de concreto, 74% das empresas responderam que tiveram aumento durante o período da pandemia. Para 51% delas, o aumento foi de até 10%. Para 23%, o aumento foi acima de 10%. Por fim, 90% das empresas responderam que cabos elétricos tiveram aumento durante o período da pandemia. Para 43% delas, o aumento foi de até 10%. Para 47%, o aumento foi acima de 10%.
Desde o início da pandemia até agora, os insumos da construção civil que mais subiram de preço foram o aço, cimento, cabos elétricos, PV e tijolo. Além de pressionar o custo da obra e diminuir as margens das construtoras, o desabastecimento e a demora na entrega dos produtos também está causando muitos problemas. Há relatos no país inteiro de clientes tendo que esperar até o fim do ano para receberem seus produtos já pagos.
O aumento de preços dos materiais trouxe dificuldade para os construtores que fazem vendas antecipadas de imóveis com os preços pré-fixados, por por meio de financiamentos. Os contratos venda de apartamentos e casas firmados entre as construtoras e os compradores, especificamente do Minha Casa Minha Vida, e imóveis padrão financiados por agentes financeiros, são fixos e irreajustáveis. Portanto, não cabem alinhamentos de preço.